segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

E o Óscar para a mais bem vestida vai para...


Sou só eu, ou as pessoas gostam dos Óscares não pelos prémios e pelo suspense que recai sobre quem irá ganhar o quê, mas sim pelas roupinhas que desfilam na passadeira vermelha (eu também admito a minha própria fraqueza...)? Se é para nos armarmos em críticos, ao menos que fosse em relação aos filmes, não? Basta fazer uma pesquisa por "Óscares 2011" no Google para constatar que a feira de vaidades ganha terreno à atribuição dos galardões. De repente, todos sabemos quem ia bem/mal vestido, quem levava um  tecido horrendo/maravilhoso, que corte era perfeito/exagerado, que cor era cativante/deslavada,  que corte de cabelo era único/saloio, e por aí adiante. Transformamo-nos em críticos de sofá e apontamos o dedo a tudo e todos. "Quem é que ganhou o prémio de melhor atriz?" / "Foi aquela, aquela que ia de roxo, grávida".  "E aquela deslavada, quem é?" / "A deslavada é a Nicole Kidman, não a conheces?" / "A do vestido de recortes e colagens? / "Sim, essa."
Enfim. Óscares de moda. Mas também... só o facto de a after-party ter sido da Vanity Fair já explica muito.



Não sei se já repararam....


... mas este blogue segue o Novo Acordo Ortográfico. Toca a habituar.


sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Antes de avançarmos...

Eu já sei que os meus fiéis seguidores (cof, cof... quais fiéis seguidores?) estão à espera da minha opinião sempre tão... particular...sobre os filmes do momento. Vale que esta semana foi pródiga em convites para antestreias, o que me dá material com que trabalhar. Ora então vamos lá.

127 horas. O filme de que todos falavam. O que tinha recebido muito boas críticas. O que retrata a tão badalada história verídica. O que fazia desmaiar espectadores pelas salas de cinema do mundo. O tal que não me despertava grande interesse.
Fui sem grandes expectativas (mais uma vez) e a verdade... é que gostei bastante. A história consegue ser contada quase sem diálogos (aliás, vive dos pequenos monólogos) sem que, com isso, se torne enfadonha. Ganha muito com as imagens, as paisagens e com todo aquele ambiente do tipo "deixa lá ver o que é que ele vai tentar agora" seguido de "bem me parecia que aquilo não ia resultar" de que o filme vive. A interpretação do James Franco é boa, sim senhor, mas não penso que seja assim tãããão extraordinária como dizem por aí. 
Agora sejamos sinceros... a banda sonora faz metade do filme. É excelente, muito bem seleccionada e perfeitamente lógica nos passos da história. 

À parte dos desmaios na sala e da quantidade ridícula de Merthiolate que o rapaz teve de aguentar, lamber e mais não sei o quê, acho mesmo que vale a pena ver este filme. 
Ainda perguntam "qual filme"? Este:



(Cliquem lá aqui em cima da imagem para ouvirem uma das melhores músicas do filme. 
Hoje estou para isto.)


quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Off.

Hoje acordei sem paciência. Estou desanimada, preocupada, ansiosa e sem disposição para ser a ouvinte, a amiga e a conselheira.  Não me apetece sorrir ou forçar-me a estar otimista, quando não me sinto assim. Não estou com força para animar os outros, sobretudo porque não a tenho para me animar a mim. Estou off. Hoje só preciso de espaço e de estar no meu mundo.


quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Mudança: precisa-se.

Não gostei do mês de Janeiro. E não estou a gostar do mês de Fevereiro. Tudo o que é problemas, gastos, indecisões, obstáculos, indefinições e preocupações se concentrou nestes dois meses só mesmo para testar os limites. Neste momento, vejo a minha vida e a dos que mais gosto em tamanho impasse, que a imagino como um grande moinho, onde as sementinhas vão são moídas e moídas e moídas até se desfazerem em farinha. Acordo todos os dias com a sensação de que a mó começou a rodar e que qualquer expectativa que ouse intrometer-se no seu caminho naquela jornada será rapidamente reduzida a pó. 
Precisa-se de uma mudança. Com urgência.


E porque hoje é dia de cinema...







terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Ainda do amor....



Não me digam que isto é uma "love story". É, sim, uma visão descartável do amor. Sem luta, sem entrega e sem ser conjugado a duas vozes. A constatação daquilo que o amor verdadeiro nunca será. 
Interpretações estranhas e um grande ponto de interrogação sobre a minha cabeça: "Como é que a Michelle Williams alguma vez pode estar nomeada para um Óscar com este filme?". Muito cigarro, muita indecisão e muita vontade de dar um par de estalos à personagem feminina e gritar "Decide-te, mulher!". 

Fraquinho. Muuuuuito fraquinho.

 

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Que percebo eu de amor?

Eu não sei nada do amor. Não sei explicar como nasce, como vive, como se mantém. Não sei se é fruto do acaso ou de um destino em que alguns acreditam, se é uma coincidência ou um "meant to be". Não sei se tem cor, som, cheiro, imagem. Não sei se é limitado no tempo ou se vive de noções de infinito. Não sei se se faz da fantasia e do sonho ou de pedaços do mundo real. Não sei se é feito de tudo ou de nada disto. Não sei. E não preciso de saber. Porque simplesmente o vivo, todos os dias, sem dúvidas, sem interrogações, de forma tranquila, espontânea e plena, como acredito que o amor deve ser. 
O amor, o verdadeiro, não se explica. Não se questiona. Não tem receita. Vive-se, apenas.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Nova Cosmopolitan

Hoje de manhã fui fazer umas compras e trouxe a Cosmopolitan. Pelos vistos, todo o mulherio sabia que a revista iria ter uma nova equipa a partir de Fevereiro, menos eu. No meio de todas as sacas e embalagens que carregava sem quase conseguir ver o caminho à frente, lá peguei na revista e a meti no saco. Ao chegar a casa e arrumar as coisas, olho para a capa com atenção e vejo os temas. Credo! Que se passou aqui? Que dramas de adolescência são estes? Dou um bocadinho mais de atenção aos títulos e começo a reparar no tratamento por "tu": "Descobre", "Desvenda", "Deves" e mais não sei o quê. Hããã? Perdi algum memorando, de certeza. Cheguei a olhar para o título da revista para confirmar se se tratava mesmo da Cosmopolitan. Confirmei. Era a Cosmopolitan. Muito mudada, muito adolescente, muito "bués", muito igual a tudo. Demasiado informal, quase desconfortável de ler. Deixou de fazer sentido, simplesmente. 

Oh well... é mais uma fonte de poupança.



(E porquê "73 verdades" e não 70 ou 75? Ninguém sabe. Mas diz que é moderno.)



quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Depois da tempestade.

Dia de aniversário cá por casa. Muitos sorrisos, telefonemas, carinhos. Aquela alegria que enche o coração e transforma o olhar. 
Pela casa, cheirinho a bolo caseiro. Na cozinha, jantar especial em preparação. 
Lá fora o vento, a chuva, a saraiva, os trovões. Cá dentro, o conforto do melhor que a vida tem e a família nos dá. 
Saber que tudo está bem, apesar da tempestade lá fora. Que mais interessa hoje?



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

O meu retrato.

Quanto mais tento andar para a frente, mais me sinto a ser puxada para trás. Sinto-me a desistir a cada passo que dou. Estou desacreditada... em mim, nos outros, neste país. Perdi o sentido do que é a "esperança", o "ânimo" ou a "calma" que tanto me pedem, deixei de conseguir assumir adágios, provérbios e outros ditos populares sobre a persistência, a determinação e tudo o mais que faz parte do mesmo lote. Estou cansada. Sinto-me uma derrotada, uma profissional fracassada nos seus objectivos, uma mulher incapaz de definir um rumo para a sua vida e que, desse modo, compromete o dos que mais ama. Cada vez mais vivo sem expectativas, sem o entusiasmo de um desafio, de um obstáculo, de uma prova que quero dar a alguém. Tenho quase 30 anos e nunca me senti tão inútil, tão vazia e tão descartável como hoje. E não gosto daquilo em que me tornei, em que este país me tornou. Tenho vergonha de pertencer a uma geração muito mais formada que as chefias e que é constantemente pisada; de pertencer a uma sociedade vendida, que desvaloriza o trabalho, a resiliência ou a determinação em detrimento de amizades ou  favores; de pertencer a um país podre, onde todos parecem comer a palha que lhe dão, sem sequer questionar o que quer que seja. Estou cansada do silêncio, da falta de um grito de revolta, da impassividade. De uma inércia balofa que uma geração ainda jovem assume como normal e cómoda. Do parasitismo.

Tenho 29 anos, uma licenciatura, uma Pós-Graduação, um ano de estudos no estrangeiro e vários anos de experiência na minha área... e não tenho emprego. Sou explorada todos os dias num regime independente, que me obriga a pagar valores astronómicos para sustentar famílias inteiras que não fazem nenhum e que se governam muito melhor do que eu à conta de Rendimentos Sociais de Inserção e demais subsídios. Sou obrigada a contribuir para uma sociedade inerte, no fundo. E com a certeza de que as contribuições que agora faço em nada me garantirão o meu futuro ou a minha velhice. Vejo-me a viver num mar de sargaço, como dizia Pessoa, em que não me consigo mover, em que me afundo a cada dia, sem que consiga encontrar um pouco de ar para respirar e ganhar novo fôlego. Estou desacreditada... em mim e nos outros. Perdi a batalha e possivelmente o norte do que ambicionava ser.


domingo, 13 de fevereiro de 2011

Receita de poupança

Ir a um restaurante, resistir às entradas e nem aceitar olhar para a carta das sobremesas. Custa, sobretudo quando as entradas englobam presunto com melão, chamuças e paté de atum e as sobremesas tudo o que é do mais caseiro e irresistível ao olhar. É respirar fundo, deslocar as tentações para a ponta da mesa e investir no pão e nas tostas. Garanto que resulta. E olhem que eu até sou disciplinada, mas resistir a melão e presunto já é toda uma nova categoria de abdicação para mim.


quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Da Natalie.

No espaço de uma semana ver a Natalie Portman num filmaço...




... e depois vê-la num filminho...





... é estranho. Muito estranho.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Dias de poupança.

A nível de moedas no bolso, Fevereiro é o pior mês do ano para mim. Em 28 ou 29 dias tenho três aniversários, uma revisão anual do carro (que é coisa para não ser simpática ao nível do número de dígitos), inspecção automóvel, imposto de circulação e, regra geral, maiores contribuições para a segurança social (confere), aumento de impostos (confere) e aumento do preço da gasolina (confere). Isto, claro está, fora tudo o que preciso para ter a minha sanidade mental perante este marzinho de Euros a voar. Por isso, há que procurar formas de poupar e dar a volta - ou pelo menos, tentar compensar - estes gastos absurdos. Dito isto, ontem estive a pensar na quantidade de coisas que tenho cá por casa de que me posso ver livre. Agora a questão coloca-se: dar para caridade ou vender? Isto anda aqui a balançar entre a razão e o coração. Devia ser muito fácil de decidir, não era? Não se devia pôr sequer a questão, certo?...

Verde ou vermelho?
Amarelo talvez...

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Viver na relatividade

A vida é mesmo arraçada de interruptor. Tanto estamos bem, como estamos mal; tanto ouvimos boas notícias e ficamos felizes, como logo a seguir ouvimos más e ficamos sem reacção; tanto estamos e nos sentimos saudáveis, como vamos a saber e já estamos doentes sem que nos dêmos conta disso; tanto  criamos expectativas e animamos, como desistimos delas e desanimamos; tanto temos esperança, como de repente descremos em tudo. Nem nesta jornada conseguimos um On perfeito. (Bolas...)


quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Tu queres ver que eu estou a concordar com os críticos?


Dou a mão à palmatória. Tinha bastantes expectativas, mas fui mesmo surpreendida. Cisne Negro. Que excelente filme! O enredo, as personagens, as actrizes, o actor, a dança, a música, a simplicidade, a intensidade, tudo. Um jogo quase perfeito do que um bom filme deveria ser. 
Há muito que não via uma fita tão boa. E soube muito bem mesmo.

Pronto, críticos, amigos de novo?